A despedida do mestre na casa do Dallas
Quem bate uma bola com a gente hoje é Gustavo de Oliveira, o Texano. Ele conta como foi assistir à última partida de Michael Jordan no ginásio do Dallas Mavericks.
= = =
Quando li o primeiro texto desse blog, a expressão "partida inesquecível" me trouxe boas lembranças. Foi no dia 23 de dezembro de 2002, o ingresso era presente de Natal da minha família. O Dallas Mavericks enfrentaria o Washington Wizards no American Airlines Center. Além de assistir a um jogo da NBA ao vivo, a noite tinha um sabor especial: ver Michael Jordan antes do adeus definitivo.
Gigantesco e mais bonito que o Ibira, o ginásio impressionava. Eu estava na seção 219, na primeira fila, camiseta e boné dos Mavs, câmera digital pendurada no pescoço e "thundersticks" na mão – que guardo até hoje. Devorei o prospecto do jogo, que trazia a escalação dos times:
Nash, Griffin, Finley, Nowitzki e LaFrentz pelo Dallas do técnico Don Nelson; Jordan, Hughes, Stackhouse, Laettner e Haywood pelo Washington do treinador Doug Collins.
O jogo começou corrido e disputado. Jordan não tinha espaço para o arremesso e sempre encontrava Stackhouse ou Hughes abertos. Pelo Dallas, Dirk parecia sonolento, enquanto Nash e Finley se desdobravam para manter o time na partida. O primeiro período terminou sem nenhum lance genial de Jordan, mas os Wizards venciam por um ponto.
No segundo quarto, Don Nelson colocou Shawn Bradley no lugar de LaFrentz. A bola sumia nas mãos do grandalhão a cada rebote. Van Exel também entrou e tocou o terror na defesa rival. O Dallas abriu com Dirk, que começava a acertar seus arremessos. Jordan estava irreconhecível. Fim do primeiro tempo e o Dallas à frente por cinco pontos.
Frustrado com Michael, fui buscar um lanche.
No começo do terceiro período, Finley sentiu uma lesão anterior e foi substituído por Walt Williams, que fez falta dura em Jordan logo no primeiro lance. Foi aí que a magia começou. Walt acendeu uma fagulha do guerreiro adormecido.
Jordan começou a correr como se tivesse 18 anos. Foram oito pontos seguidos, três assistências para Stackhouse e dois tocos. Pronto, Wizards na frente. E o Dallas não sabia como parar aquela fúria.
Don Nelson então pediu tempo. Walt se redimiu, acertou duas bolas de três, mas voltou para o banco. Aí foi a vez de outro Michael jogar bola. Foram duas enterradas sensacionais de Finley e o Dallas finalmente conseguia empatar a partida quase no fim do terceiro período. No último, o corta-luz de Nash e Nowitzki finalmente deu resultado. Laettner e Hughes ficaram pendurados em faltas. Jordan ainda meteu uma bola de três, mas logo saiu. Já era garbage time.
A torcida então se levantou e aplaudiu o Washington Wizards. Era o agradecimento a Jordan depois de sua última partida em Dallas. Aqueles oito minutos mágicos no terceiro quarto fizeram valer a pena o ingresso.
3 Comments:
O primeiro jogo da NBA que de fato assisti foi o último das Finais entre Bulls e Suns. Já naquele instante eu pude perceber o que Michael Jordan representava para o mundo do esporte.
Faça um comentário sobre o jogo, fabiofa
Eita, Rodrigo.
MJ é covardia, hehehe
Como bem conversamos dia desses por e-mail...
Mais uma vez, parabéns.
Aguardamos por mais um top-20.
Quem sabe um só do Michael?
abs,
Renzo Castello-Miguel
Vitória/ES
Postar um comentário
<< Home